domingo, 22 de julho de 2012

PARADOXAL QUERER

Eu quero amanhecer para contemplar a beleza da noite
Quero a coragem de viver inexoravelmente
De forma que a morte não me surpreenda
Quero a surpresa previsível
Os sonhos irrealizáveis
Quero experimentar a doçura do amor
E saber conviver com o amargo desamor
Que desorienta
Aqueles que orientam
Quero suportar a união desunida
Na alegria e na tristeza
Na riqueza e na pobreza
Até que a morte nos una de vez
Quero a felicidade dos dias infelizes
O colorido na escuridão
A liberdade na prisão
Quero desconstruir para reconstruir
Errar para poder acertar
Quero o físico transcendental
A alma corpórea, o vazio repleto
Quero a comunhão solitária
Quero tudo, quero nada:
Meu paradoxal querer.





Liliane Balonecker Daluz

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